domingo, 3 de outubro de 2010

Decreto-lei da morte cerebral pós-universidade



Uma das coisas em que penso desde há vários anos é na morte cerebral pós-universidade. Tenho a impressão de que muitos cérebros, o meu incluído, declinam ou chegam mesmo a esticar o pernil depois de sair da universidade. Mas tem de ser mesmo assim?
Quando saímos da universidade para uma escola o nosso cérebro decompõe-se em burocracias, no espartilho dos programas-cassete e na produção de eventos sócio-culturais para inglês ver. Mas não haverá nada a fazer? Não será possível automatizar as burocracias e criar condições de incubação de ideias? Será que a escola tem de ser necessariamente uma instituição de cérebros zombies? "O Ministério manda assim" dizem os resignados. Mas é preciso obedecer ao Ministério? A criatividade não é rebelde e desobediente? A educação não é a desobediência aos vícios (incluído o da mediocridade)? Somos um povo difícil de governar (ainda bem), os políticos já estão habituados à nossa desobediência. Fazem carradas de leis que nem eles conseguem cumprir. Talvez, por tudo isso, seja possível fugir ao Decreto-lei da morte cerebral pós-universidade.
Que Steven Johnson nos salve!

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