História de um Átomo
(Eternidade da matéria)
Fui átomo de rocha, fui granito,
Fui lava de vulcão, fui flor mimosa,
Sutil perfume, nuvem borrascosa
Manchando a transparência do infinito.
Vaguei no espaço... errante aerolito
Transpus mundos de essência vaporosa.
De santos fui artéria vigorosa,
O coração formei a ser maldito.
Nasci com a Terra; gaz eu fui com ela,
Estive de Princípio na procela,
Fui nebulosa, sol, planeta agora.
Há cem mil séculos vivo m’encarnando,
Águia n’altura, verme rastejando,
Pólen voando pelo espaço a fora.
Rodolfo Marcos Teófilo, nascido lá pelas terras de Salvador-Bahia, no dia 6 de maio de 1853, foi um Médico sanitarista, intelectual, industrial, divulgador científico e poeta. Faleceu em Fortaleza-Ceará, no dia 2 de julho de 1932. A ele, nossa homenagem!
Esta entrada não é da minha autoria. Pertence inteiramente ao Boletim Informativo do Instituto de Física de São Carlos.
Deixo-o aqui porque sinto que esta é em parte a história do corpo de cada um de nós. Um encontro de átomos que sabe-se lá de quantas coisas foram parte. Terão sido rocha e terra, outros gás e água. Agora são vida e um dia serão pó.
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